Império de Fátima lança sinopse de enredo e divulga regras do concurso de samba

O prazo limite para os compositores enviarem suas obras é dia 18 de agosto. Obrigatoriamente, as gravações deverão ser feitas apenas com voz e cavaco. Após audição interna da diretoria, a escola vai definir 3 sambas para grande final que vai acontecer dia 24/08. Para mais informações (27) 9 9878-9596 (Mestre Jorginho)

Leia na íntegra a sinopse do enredo “Arte popular na corte imperial” desenvolvido pelo carnavalesco Mário Puluker e o enredista e pesquisador Felipe Diniz.

“A arte é cor, ideia, sentimento e movimento. E a arte brasileira tem seus maiores templos e locais de exposições permanentes durante todos os dias das festas, celebrações, eventos e entretenimentos das culturas populares nacionais. A cultura, a educação e a arte são partes indivisíveis de uma mesma moeda geopolítico-social do mais alto valor.”

Ricardo V. Barradas

Sinopse:

Respeitável público, ou melhor dizendo respeitável “povo brasileiro” é com muita honra que apresentamos aqui o maior espetáculo popular do planeta! E não se trata de uma apresentação artística isolada e sim uma junção de manifestações populares que fazem da nossa gente uma estrutura única. Levamos a arte através da dança, da pintura, da música, da atuação, e é claro o sorriso que é a forma única de se expressar e ser feliz.

E como em um passe de mágica, vemos a tradição passar dos pais para os filhos, revelando através dos sonhos e da saudade, um aglomerado de sentimentos, que rodeiam a fantasia popular no passar das gerações.

Uma lona armada, nos leva a um picadeiro onde o popular se faz aplaudir. Coelhos saem da cartola e uma trupe responsável por manter viva diversas tradições desembarca em nossa avenida principal, refletindo à poesia da descendência cigana, e vestígios de uma era medieval, de uma forma tão singular que o brasileiro adotou como sua forma de sorrir.

No coração da mais pura nostalgia afirmamos que sim “Hoje tem alegria e tem sim senhor” e que o espetáculo popular só estar a começar…

Nas adaptações culturais e sociais festejos foram se adequando, brava gente brasileira, que do fundo de seus quintais adaptou crenças e cortejos em eternas folias. Exaltamos aqui à folia de reis, tradição de cunho religioso trazida pelos portugueses e espanhóis no sex XIX. Viva a tradição cristã que se popularizou em nome da fé, e que de forma artística decorou estandartes através de mãos e sentimentos que elevaram a crença ao mais alto patamar.

O tempo não para ao ver a arte passar, exaltando culturas que não tem fronteiras e que não conhecem barreiras geográficas, afinal um tão popular, país de direito que possui em suas curvas e terras, um formato de coração, a batida do tambor aqui com certeza seria mais forte.

Ah o tambor! Sua batida nos leva a festa do divino, e a celebração da descida do espirito santo aos olhos católicos – cristãos, e sua aparição a nossa senhora e aos apóstolos. Novamente o povo às ruas a cantar, a rezar e a pedir por dias melhores. Aqui a arte esta bordada em roupas e estandartes, com lindas cores e simbolismo sem igual. E o tambor ali também se manifesta, muitas vezes enfeitado com lindas fitas coloridas, ao som de orações e cânticos de paz.

Artista é o nome que se dá a quem pratica a arte. Arte, e o que é a arte? ela vem das mãos ou vem das vozes? Vem da mente ou do coração? Moldada em barro ou em palha, ela se entrelaça aos dedos, escorre pelo braço , em finas linhas entra por agulhas e carretéis, é cortada e costurada e se apresenta em forma de imagens, bonecas, vasos ou réplicas do cotidiano, que enfeitam lembranças, que são expostas e passam a ser chamadas de artesanato. Um espetáculo de talento erguido pelos mais simples e aplaudido pelos mais sensíveis.

A ancestralidade popular do nosso povo, nos leva a embrenhar matas da gigantesca floresta, ali a arte se funde a lendas e ganha movimentos realistas, que dão vida a seres e deuses, apresentamos uma forma de arte que se tornou um espetáculo mundialmente conhecido pelo seu “capricho” e sua “garantia” de uma grande exibição. Exaltamos aqui a arte criar e tirar do papel grandes esculturas e de fazer movimentar cada uma delas que durante o festival de Parintins encanta os olhos de quem busca um pouco mais da cultura indígena brasileira.

O popular artístico, é encontrado pelas estradas, viajar pelo Brasil, é descobrir que a cada canto, existe um pingo de arte dedicado a alguma manifestação cultural, religiosa ou folclórica. O Nordeste nos leva aos caminhos da roça, com seus festivais juninos de grande valor. A arte está na dança, na coreografia, nas músicas que encantam gerações. Espelhada nos retalhos e remendados que trazem aos espectadores a lembrança que toda cultura vem do povo, vem de pessoas simples que mesmo nos dias de gloria onde se tornam a estrela de uma festa, continuam fiéis as suas raízes.

Mas como não falar de arte popular e não aplaudir a maior de todas as manifestações do Brasil, o nosso carnaval. Muito mais que uma simples manifestação, esta arte se reinventa, ano a ano, se agigantando e anexando em suas raízes, símbolos e tradições de outras artes, permitindo que o carnaval se torne, mais do que uma simples festa e sim um espetáculo, que leva o sonho do artista através de diferentes manifestações aos braços do povo.

Viva o frevo, de Pernambuco, viva os grandes bonecos de Olinda, aplausos aos tradicionais e centenários blocos caricatos de Belo Horizonte, e sempre com muito orgulho, viva às nossas escolas de samba, que formam hoje um movimento artístico de resistência e integração, com sua arte tão popular, que consegue voltar os olhos do mundo inteiro durante os dias de folia ao nosso imenso país, reunindo artistas como costureiras, bordadeiras, pintores, escultores, carnavalescos, dançarinos e cantores em uma só manifestação. Somos sim os blocos de sujos que levam a alegria pelas ruas, cantando e se divertindo, fazendo do popular, a entrega perfeita dos festejos de uma gente.

Passando de norte a sul, concluímos que a arte nada mais é que a manifestação de uma gente em formatos e texturas, cores e sons que quando abraçados pelo povo, no seu sentido mais popular, leva uma nação a transcender características únicas, que unem, emocionam, e orgulham a toda a corte imperial neste carnaval. O popular é entregue ao rei da folia, que em sua ordem, faz reinar toda a poesia. O povo se veste de verde e amarelo, em todos os tons e todas as cores, o povo que se encanta com as garras e o rugido do tigre de Fátima, que no ritmo de sua manifestação, revela tradições e forças que não cabem explicação, mas são entendidas através de sua riqueza artística comunitária, revelada através do giro da baiana, do bailado do mestre sala e da porta bandeira, da evolução de suas alas, e do brilho no olhar do sambistas, que entre pierrôs, colombinas e arlequins fazem da lágrima do início de um desfile, a mais popular maquiagem em um rosto disposto a brincar a arte popular do carnaval.

Carnaval Capixaba