Eleições 2024: Conheça a candidata a vereadora Tuanne Almeida

Na intenção de caminhar junto com os sambistas capixabas, o Capixabices apresentará aos leitores os candidatos a vereador e vereadora que são diretamente ligados ao universo do Carnaval. Afinal, não é segredo que temos diversos nomes que ajudam as escolas, Ligas, baterias, alas e etc, e que contribuem muito para construção da nossa festa. As 10 questões são iguais para os candidatos.

Conheça a candidata a vereadora Tuanne Almeida, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

1 – Como você enxerga o momento atual dos desfiles das escolas de samba?
Primeiramente eu gostaria de parabenizar o Capixabices pela iniciativa de trazer esse debate fundamental sobre o carnaval na nossa cidade nesse período das eleições. O carnaval de Vitória já avançou muito, é considerado o 3º maior carnaval do Brasil, mas ainda temos muito o que avançar em investimento para as escolas e reconhecimento do nosso carnaval como direito, como a maior expressão da nossa cultura no país. É necessário melhorias na estrutura do Sambão do Povo, por exemplo, na área interna e no seu entorno, mas também na área de concentração e dispersão das escolas. O carnaval de Vitória é importante do ponto de vista econômico, social, cultural, movimenta o turismo e a economia da nossa cidade e, portanto, deve ser olhado com mais atenção, não só na época dos desfiles, mas durante todo o ano.

2 – Se eleita, como pretende contribuir para o crescimento dos desfiles?
Acompanhei de perto o tema do carnaval no mandato da Camila Valadão quando estava como vereadora. Na época, eu era Chefe de Gabinete, e com isso pude acompanhar as ações desenvolvidas, a situação do carnaval na nossa cidade e o processo de cobrança e fiscalização ao poder executivo. Na época visitamos algumas escolas de samba para conhecer suas demandas e seu funcionamento no período de carnaval e o que encontramos foi uma situação bastante preocupante. Algumas escolas não tem seus espaços próprios para organização, confecção de suas fantasias, organização de seus ensaios e atividades, o que demonstra a necessidade de um investimento maior para que essas escolas sobrevivem e tenham condições de entregar um bom desfile à comunidade. É importante frisar que o papel de uma vereadora é diferente do papel e responsabilidade/atribuição do poder executivo. Dessa forma, o que fizemos na época foi indicar ao poder executivo medidas que contemplem as escolas de samba com maior investimento, bem como fiscalizar sua atuação em relação ao carnaval e às escolas. O tema do carnaval sempre foi debatido com muita responsabilidade pelos mandatos do PSOL ES. Entendemos que o carnaval é uma manifestação, um ato político. Dessa forma, é necessário elegermos uma prefeitura que seja comprometida também com o tema e entenda o carnaval como manifestação da nossa cultura, como é o caso da nossa candidata à prefeita Camila Valadão, que em seu plano de governo propõe a criação de um Plano Municipal do Carnaval e de um Conselho Municipal de Carnaval que pense uma estratégia incluindo o funcionamento, organização, planejamento, segurança. Com certeza a atuação de um/a vereador/a fica melhor comprometida quando pode contar também com a executivo em relação àquelas demandas.

3 – Ainda existe uma disparidade visual entre as escolas de sexta, sábado e domingo. Caso eleita, o que será feito para elevar o nível dos desfiles do Acesso?
Nesse caso também é necessário uma fiscalização e cobrança ao poder executivo na realização do investimento de forma transparente às escolas, para que tenham condições também de realizarem seus desfiles como as escolas do grupo especial. Como vereadora me comprometo à fiscalizar e cobrar do executivo essas ações.

4 – A Cidade do Samba Capixaba já é uma realidade. Após a entrega da obra pronta, como fomentar ainda mais a cultura das escolas de samba no município?
É necessário que a Prefeitura pense um plano estratégico para a utilização e fomento da Cidade do Samba, não só na época do carnaval, mas que funcione como um circuito cultural, que tenham atividades culturais, ações das escolas, ensaios, feijoadas durante todo o ano, gerando também emprego e renda. Que seja, de fato, um espaço que movimente a cidade culturalmente e não apenas nas vésperas do carnaval, como vemos que acontece com o Sambão do Povo. Que para além de servir como um espaço para as escolas organizarem seu carnaval, seja também um espaço de formações, cursos e oficinas com as escolas de samba às comunidades.

5 – Qual sua escola do coração? E por quê?
Eu tenho um carinho e respeito por diversas escolas aqui de Vitória: Chega Mais, Piedade, Imperatriz do Forte, Chegou o que Faltava e Pega no Samba. Todas elas tenho uma relação que foi se construindo ao longo dos anos, desde quando comecei a acompanhar o carnaval. Sou moradora do Centro e a Piedade sempre teve um espaço forte aqui dentro, foi a escola que abriu alas pra eu conhecer mais de perto os ensaios, desfiles, onde desfilei pela primeira vez e acompanhava mais assiduamente seu processo durante os anos, lá em 2010, por ai. Porém, quando entrei no mandato da Camila Valadão em 2021 tivemos uma ação muito assídua com as escolas da cidade e isso fez eu me aproximar mais das outras escolas, conhecer de perto, ver sua organização durante o ano, desfilando em várias delas e contribuindo nas alas.

6 – Na sua visão, o que ainda precisa ser feito nos arredores do Sambão do Povo para o crescimento dos desfiles?
É necessário pensar uma política de revitalização para aquele espaço e seu entorno. Pensar em políticas de investimento e incentivo à atividades culturais não apenas na época do carnaval, mas durante todo o ano. É necessário pensar, por exemplo, não só a estrutura de dentro do Sambão, mas o espaço de concentração e dispersão das escolas. Além disso, é urgente um diálogo com a comunidade que se encontra ali para pensar em conjunto as necessidades de quem vive ali o ano inteiro.

7 – Como você enxerga as ações feitas pelas agremiações no decorrer do ano, que vão além dos desfiles de fevereiro.
Acho fundamental. É uma forma de manter o carnaval e nossa cultura viva durante todo o ano. Mas reforço: várias escolas teriam condições melhores de realizar seus eventos se tivessem uma quadra própria ou mesmo um local comum para realização de seus ensaios, feijoadas, etc.

8 – Como podemos pensar a cidade nos dias de carnaval oficial?
É necessário um planejamento durante todo o ano pra pensar os dias do carnaval. Por isso, é necessário uma prefeitura que se preocupe com o Carnaval e veja o carnaval como manifestação cultural da nossa cultura. Não dá para, na véspera, achar que vai encontrar soluções mágicas para fazer um bom carnaval. É necessário pensar a estrutura do carnaval de rua, pensar a segurança das ruas, pensar uma política de reciclagem dos materiais, a garantia de recursos para os blocos, com estrutura, logística que garanta o deslocamento das pessoas pela cidade antes e depois dos blocos. Enfim, é necessário um espaço, com um plano estratégico para a cidade, pensado durante todo o ano, com as escolas e com a sociedade.

9 – Como aprimorar a distribuição de recursos de maneira que as escolas possam construir o Carnaval de março a fevereiro?
Primeiro é entender o carnaval como um direito e uma manifestação da nossa cultura, é reconhecer que nosso carnaval é o 3º maior do Brasil, para, a partir daí, tratar ele e as nossas escolas com responsabilidade e incentivo que elas merecem. Não dá pra pensar o carnaval dois meses antes dele acontecer e enviar o recurso em cima da hora, é necessário prioridade. As escolas pensam o ano inteiro seus desfiles e precisam de investimento o ano inteiro, com antecedência, para conseguirem fazer um carnaval com qualidade e de forma organizada. São muitos os casos de escolas com muitas dívidas porque os recursos chegam muito em cima da hora, quando chegam. Isso só demonstra uma falta de organização e também interesse no nosso carnaval. Então eu diria que a forma de aprimorar é com um planejamento e atenção ao tema com antecedência e em diálogo com as escolas.

10 – Como pensar em um processo de formação para trabalhadores do carnaval? (Aderecistas, ferreiros, costureiras e etc)
Colocando o carnaval e a cultura da nossa cidade como prioridade no debate de orçamento. Não é possível fazer/realizar qualquer coisa, se o carnaval, a cultura da nossa cidade não estiver pautada no orçamento e com recursos próprios para sua realização. Com o carnaval lá no Plano Plurianual (PPA) é necessário pensar em projetos destinadas às escolas para essas formações, incentivos e investimentos com a própria comunidade.

Carnaval Capixaba