Rosas de Ouro renova com Letícia Jesus, contrata Artur Kadratz e vai ter dupla de intérpretes

Letícia Jesus e Artur Kadratz: Intérpretes da Rosas de Ouro para o Carnaval de Vitória 2026.

A única agremiação de Serra no Grupo Especial continua se reforçando para encarar a elite do Carnaval de Vitória em 2026. Indo para o sexto ano no comando do microfone da azul e amarelo, Letícia Jesus está de contrato renovado e segue na Rosas de Ouro para mais um desfile. Para reforçar ainda mais o carro de som e potencializar ainda mais seus ensaios de semana, a Rosas optou por contratar também um intérprete local. Artur Kadratz, que já foi a voz oficial da Imperatriz do Forte, retorna ao Carnaval e irá fazer par com Letícia em 26. VEJA MAIS SOBRE O VAI E VEM DO CARNAVAL VITÓRIA A Rosas de Ouro será a primeira agremiação a desfilar no Carnaval de Vitória 2026, na segunda noite de desfiles do Grupo Especial.

Marcelo Braga é o convidado desta quarta-feira no ‘Diálogos Carnavalescos’

O carnavalesco da Rosas de Ouro, Marcelo Braga, é o convidado desta quarta-feira no ‘Diálogos Carnavalescos’. A parceria entre Casa Àràbà e Capixabices chega em uma nova fase, onde os artistas das escolas dos Grupos de Acesso A e B tem a oportunidade de contar para o mundo do samba sua trajetória e a construção do Carnaval 2025 em suas respectivas escolas. “Recebemos quatro grandes carnavalescos do Grupo Especial, Vitor Vasale, Petterson Alves, Vanderson Cesar e Osvaldo Garcia. Já estamos também em contato com Cahe Rodrigues, Orlando Junior e Rodrigo Meiners para ajustarmos as datas quando eles estiverem em Vitória. Vamos iniciar agora a escuta com os personagens do Acesso, que com certeza tem muito para falar sobre suas experiências”, explica o mediador Vinicius Vasconcelos. A conversa inicia pontualmente às 19h, na rua Graciano Neves 123, Centro de Vitória, com a Casa Àràbà aberta para quem quiser assistir pessoalmente. Haverá também transmissão pelo Instagram do Capixabices.

“É uma escola da Serra falando da importância cultural daquele lugar, em forma de enredo”, afirma Marcelo Braga, carnavalesco da Rosas de Ouro

O Carnaval 2025 está cada vez mais perto, os enredos estão sendo lançados e em breve teremos a discografia completa do próximo desfile. Uma das perguntas que os sambistas fazem com frequência é: o que é mais fácil, subir de grupo ou permanecer naquele grupo? As respostas são variadas, mas em Serra, o discurso da Rosas de Ouro é único. A escola quer – pelo menos – uma posição no pódio em 2025. A equipe do Capixabices conversou com Marcelo Braga, carnavalesco contratado pela agremiação para desenvolver o próximo desfile, para saber um pouco mais sobre o enredo “No horizonte eu te vejo – Casarão”. Segundo o artista, o objetivo principal é uma representante cultural de Serra falando sobre a história daquele lugar. “Criamos uma história lúdica para falar do Casarão. É um indígena e uma africana escravizada, que moram lá até hoje, contando todo o enredo. Ouvi de muitas pessoas que o lugar é assombrado, e não quis perder essa essência. Desde o início esses fantasmas são os narradores, falando daquilo que viveram e viram com o passar do tempo. Nossa principal preocupação era não fazer um enredo com culturas de outros lugares, mas sim de onde a Rosas está, a Serra. Um local que é riquíssimo em história mas com pouca visibilidade”, destacou Marcelo. O artista acrescentou que as escolas de samba também precisam tomar para si a responsabilidade de levar enredos educativos, aproveitando toda visibilidade que os desfiles têm. “Eu, enquanto carnavalesco, acredito que a arte do carnaval também tem o dever de educar. Serra tem uma composição cultural ancestral, uma terra fértil culturalmente falando, e é um enredo que fala sobre a essência da nossa ancestralidade. É falar de Serra enquanto cultura, sob uma visão indígena e africana”. Depois de falar dos povos originários em 24, e conquistar o título que dá direito a escola de desfilar no Grupo de Acesso A em 25, o enredo para o próximo ano é um resgate da história serrana, como contou o carnavalesco. “Falaremos do começo da imigração, do descobrimento das terras da Serra. A formação dos povos originários, o sítio histórico de Carapina, como foi construído, e a importância do Sítio para o município. Os movimentos agrícolas, a difusão das terras, e chegando aos dias de hoje com as construções modernas, as indústrias, e tudo mais, numa visão daquilo que conseguimos ver e também o que o passado nos conta. Parte de uma visão indígena, com a essência daquela terra. O Casarão fica às margens da Rodovia, então foi assistindo muita coisa com o passar do tempo. É uma história rica, e uma grande oportunidade da Rosas de fazer as pessoas conhecerem”, explicou.   A respeito da parte técnica, e sobre a chegada a um Grupo com escolas que estão acostumadas a desfilar por ali, Marcelo elogiou a postura da diretoria nas contratações. “Vou falar em relação ao que tenho assistido e participado. Houve uma preocupação muito grande da escola em colocar dirigentes com mais experiências técnicas. Que já participaram de conquistas tanto em escolas da sexta quanto no sábado. Eles trazem uma bagagem muito maior. Isso vem desde a produção do desfile até o dia em si. Como carnavalesco, meu lema é sempre fazer o trabalho bem feito, buscando o melhor resultado. O importante é a melhor execução, com regulamento embaixo do braço. Queremos no mínimo o terceiro lugar para a Rosas em 2025, a busca é pelo pódio”, finalizou. Sinopse completa Rosas de Ouro 2025: Me vejo através de cada fresta de madeira que ergue as colunas do que um dia foi meu lar. Olho atento para quem chega de longe, aqueles que vêm para tomar posse de terras que já tinham dono, enquanto uma casa começa a se erguer para gente branca de grandes riquezas. Mas é aqui, neste casarão, que ainda mantenho minha vigilância.Seja bem-vindo ao casarão. Nestas terras, antes cobertas pelo verde exuberante, ergue-se agora uma igreja, São João Batista, testemunha de milagres e da fé que ali brotou. Ela permanece no mesmo lugar, o mesmo onde conheci meu grande amor, alguém que chegou pelo mar, junto aos que passaram a chamar esse lugar de sítio. Um lugar que antes era apenas nosso, mas que se tornou fazenda, a Fazenda dos Jesuítas. Enquanto nós gerávamos vidas, eles geravam frutos. Os religiosos ensinavam a fé deles e mostravam como explorar a natureza, mas nossa ligação com a terra continuava forte. Olho para o horizonte e vejo as terras que um dia foram apenas floresta, e agora se transformaram em casas, fazendas, plantações. As cigarras cantavam em meio às árvores, os legumes cresciam, e a cana-de-açúcar se espalhava pelo solo fértil. Para fazer tudo isso dar certo, as peles se uniram: negros e indígenas trabalhavam juntos para prosperar. Juntamo-nos ao comando do Araribóia para construir uma nova vida ali. Os tambores tocavam todas as noites para nos fazer dançar e celebrar. Caminhamos pelo canal, sempre na direção da água. Minha companheira ouviu os homens brancos chamarem o lugar de Carapina, mas eu disse a ela que esse nome já era conhecido por nós. Ouvi falar de tesouros ocultos, escondidos para que ninguém os encontrasse, e se eles estiveram lá um dia, ali ficaram. Vimos os jesuítas partirem e as terras voltarem para nós, mas não ficamos mais tempo. Havia outros donos chegando, uma rainha visitando, gente querendo conquistar. No horizonte, só se via o vazio e a vontade de partir. Uma nova família tomou conta, os Nunes, conhecidos por sua influência na região. Mas não precisávamos mais abaixar a cabeça para eles. Eles foram embora como todos os outros, e tudo voltou a ser de quem sempre esteve ali. Nossos filhos prosperaram e seguiram seus caminhos, assim como nós também fomos. Mas se você quiser conversar conosco, é só chamar pelo nome: Piatã e Amai. Aqui, nesta Serra de vastos campos e flores douradas, você nos encontrará. No horizonte, eu vejo você e você me vê.Bem-vindo ao Casarão de Carapina.