Eleições 2024: Conheça o candidato a vereador André Moreira

Na intenção de caminhar junto com os sambistas capixabas, o Capixabices apresentará aos leitores os candidatos a vereador e vereadora que são diretamente ligados ao universo do Carnaval. Afinal, não é segredo que temos diversos nomes que ajudam as escolas, Ligas, baterias, alas e etc, e que contribuem muito para construção da nossa festa. As 10 questões são iguais para os candidatos. Conheça o candidato a vereador André Moreira do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). 1 – Como você enxerga o momento atual dos desfiles das escolas de samba?É notável o avanço que o Carnaval experimentou em Vitória nos últimos 15 a 20 anos. Os desfiles estão em uma fase de expansão e valorização cultural, mas precisam dar um passo além. É preciso que as escolas caminhem na direção da autonomia, inclusive em relação à política. Carnaval é crítica e só se pode exercer a crítica, com liberdade, inclusive a financeira. Nesse sentido acredito que as escolas precisam ser apoiadas para que possam funcionar o ano todo, mas numa busca da sustentabilidade econômica. Tem que haver projeto e coordenação. Elas precisam ganhar condições para ser fonte de renda e oportunidade de trabalho para as comunidades onde estão inseridas. Na medida em que as escolas alcançarem esse patamar a distância entre a qualidade dos desfiles pode ser diminuída. É preciso lembrar que há necessidade de ações metropolitanas, porque nem todas as escolas que desfilam em Vitória, estão localizadas no município. É preciso articulação intermunicipal. É difícil acontecer isso em uma gestão municipal que não se articula, não conversa com o Estado, com o Governo Federal e nem com outros municípios. 2 – Se eleito, como pretende contribuir para o crescimento dos desfiles?A atuação do vereador é muito restrita nesse campo. O que pretendo fazer é manter a articulação com os movimentos sociais, escolas e blocos de carnaval incluídos para ajudar na organização desses grupos. Fizemos isso nos dois anos do nosso mandato e colhemos muito frutos. O carnaval de rua, por exemplo, só aconteceu porque trabalhamos em conjunto com o Blocão, comerciantes, moradores e outros apoiadores do Carnaval para defendê-lo de decretos absurdos baixados pela Prefeitura. É um trabalho que não pode e não vai parar. Outro ponto em que posso contribuir é na construção de políticas que permitam o financiamento às escolas de samba, para além dos recursos públicos. É preciso pensar num caminho que possa resultar na profissionalização do setor, com formações para quem trabalha diretamente no carnaval. 3 – Ainda existe uma disparidade visual entre as escolas de sexta, sábado edomingo. Caso eleito, o que será feito para elevar o nível dos desfiles doAcesso?A disparidade entre os grupos se deve, em parte, ao acesso desigual aos recursos. Quando se pensa o carnaval como um todo, dos blocos de rua às escolas em todos os grupos, é possível construir soluções que beneficiem a todos e diminuam essas diferenças paulatinamente. O mais importante é que as escolasrepresentem suas comunidades e que os moradores se vejam representados pelas agremiações. 4 – A Cidade do Samba Capixaba já é uma realidade. Após a entrega da obrapronta, como fomentar ainda mais a cultura das escolas de samba nomunicípio?A Cidade do Samba é um projeto cujas obras estão previstas para serem iniciadas em 2025, pós carnaval. Por enquanto é só um projeto 3 D. É preciso que ele se torne, de verdade, um centro de referência cultural e de formação para novas gerações de modo Defendo que ela, junto com o Sambão do Povo, possam sediar a realização de eventos ao longo do ano, sejam espaços para promover ensaios, oficinas de samba e ações comunitárias, conectando as comunidades com as escolas de samba. Vejo as próprias escolas de samba como espaços de cultura e educação “não escolar”. Elas são centros de encontro comunitário que precisam ser estimulados. 5 – Qual sua escola do coração? E por quê?Não tenho uma escola de coração específica. Defendo o fortalecimento de todas as agremiações, tanto do Grupo Especial quanto do Acesso, reconhecendo que todas têm um papel fundamental na preservação da nossa cultura. Temos uma proximidade maior com duas agremiações em virtude de projetos que elas desenvolvem. É a Pega no Samba e a Imperatriz do Forte. Ambas procuraram o mandato e apresentaram iniciativas que nós apoiamos porque tratam de valorização da juventude e profissionalização. E reafirmo: as escolas precisam se libertar do poder público, precisam alcançar autonomia em relação ao processo político e preservar a liberdade de crítica. 6 – Na sua visão, o que ainda precisa ser feito nos arredores do Sambão doPovo para o crescimento dos desfiles?Precisamos investir na infraestrutura dos arredores, garantindo melhorias na segurança, mobilidade e acesso ao público. O Sambão do Povo também deve ser pensado como um polo cultural e turístico, atraindo visitantes o ano todo. As escolas e o Sambão têm que estar, necessariamente, conectados com as comunidades. 7 – Como você enxerga as ações feitas pelas agremiações no decorrer do ano,que vão além dos desfiles de fevereiro?As escolas de samba e blocos desempenham um papel importante com projetos sociais e atividades culturais, mantendo a chama do carnaval acesa o ano todo. Essas ações precisam de apoio institucional para se consolidarem como ferramentas de inclusão social. Chamo atenção para o Projeto Pega do Amanhã, da escola Pega no Samba, que tem feito a diferença naquela comunidade. 8 – Como podemos pensar a cidade nos dias de carnaval oficial?Devemos pensar o carnaval como um evento que envolve toda a cidade, desde o apoio aos blocos de rua até os desfiles das escolas de samba. As ruas devem ser transformadas em espaços de convivência, respeitando a diversidade e celebrando a cultura popular. Nos últimos anos não é isso o que tem acontecido. Foram várias as tentativas de se impor toque de recolher, via decretos ou por meio de violenta ação policial. Não acho que essa seja a visão e a ação mais adequada para que a cidade se beneficie da folia. Carnaval é cultura, mas também cumpre importante função econômica. 9 – Como
Eleições 2024: Conheça a candidata a vereadora Ana Paula Rocha

Na intenção de caminhar junto com os sambistas capixabas, o Capixabices apresentará aos leitores os candidatos a vereador e vereadora que são diretamente ligados ao universo do Carnaval. Afinal, não é segredo que temos diversos nomes que ajudam as escolas, Ligas, baterias, alas e etc, e que contribuem muito para construção da nossa festa. As 10 questões são iguais para os candidatos. Conheça a candidata a vereadora Ana Paula Rocha do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). 1 – Como você enxerga o momento atual dos desfiles das escolas de samba?Estamos vivendo um momento de consolidação dos desfiles das escolas de samba, no ponto de vista artístico. Cada vez mais as escolas tem se empenhado para fazer um carnaval com beleza e envolvimento das comunidades. Entretanto, a estrutura dos desfiles no Sambão caminharam para distanciar o povo do espetáculo. A diminuição das arquibancadas em detrimento do aumento dos camarotes é a evidência disso. Representa o caráter empresarial ganhando mais espaço que o compromisso popular da festa. 2 – Se eleita, como pretende contribuir para o crescimento dos desfiles?Vou lutar pela participação, ainda maior, do poder público no financiamento e construção dos desfiles, junto a proposição de políticas públicas para a subsistência das escolas de samba. Principalmente, considerando as escolas de Vitória, que em grande maioria não tem quadras.Vou cobrar uma maior cooperação entre escolas e prefeitura para a utilização dos espaços públicos da cidade (praças, escolas municipais, centros culturais, ruas, etc.) para a realização das atividades das escolas de samba.Lutar pela criação e melhoria das quadras das escolas de samba, ocupando espaços ociosos da cidade. E pressionar para a realização do projeto da Cidade do Samba. Já vimos esta promessa ser feita em outras gestões… 3 – Ainda existe uma disparidade visual entre as escolas de sexta, sábado e domingo. Caso eleita, o que será feito para elevar o nível dos desfiles do Acesso?Primeira ação é buscar garantir na legislação municipal que os recursos públicos sejam destinados às escolas em tempo hábil para a realização dos desfiles. Permitindo um maior planejamento e tirando as escolas da armadilha da carta de crédito.Lutar por uma agenda maior de eventos contemplando as escolas do grupo de acesso e blocos de rua, com financiamento público. Aproveitando a criação artística das nossas comunidades nas atividades culturais da cidade. 4 – A Cidade do Samba Capixaba já é uma realidade. Após a entrega da obra pronta, como fomentar ainda mais a cultura das escolas de samba no município?Sabemos que os espaços culturais da cidade na gestão atual estão subutilizados. São prédios abertos, mas com pouco recurso e estrutura para a ação de seus gestores, sobrevivendo com a resistência dos próprios artistas. Exemplo disso é o MUCANE, que não realizou todos os editais de ocupação artística previstos na Lei Rubem Braga nesta gestão. A FAFI que respira sob aparelhos, sem estrutura mínima para a realização de seus cursos, a Casa Porto e o Museu do Pescador que também funcionam na precariedade, sem recursos. Ou mesmo o Mercado da Capixaba, demanda antiga dos moradores do Centro de Vitória, que vai ser inaugurado com pouca participação e debate com quem faz cultura aqui na nossa ilha. Nosso compromisso é cobrar da Prefeitura para que a Cidade do Samba seja entregue com celeridade, com uma gestão participativa e orçamento para a realização de suas atividades, que devem ser para além dos desfiles de carnaval. 5 – Qual sua escola do coração? E por quê?A mais querida! Uma paixão inexplicável, mas que faz parte de toda família. Meu pai, Isaias Santana, é presidente da velha guarda, minha mãe, Maria da Penha, é baiana. Winny, meu irmão é coreógrafo. Hoje faço parte da diretoria da escola. Ainda tem a memória do meu irmão, Lula Rocha, que tocava com muito amor e paixão na Ritmo Forte. Sempre desfilei e ajudei a colocar, mesmo no perrengue, a Unidos da Piedade na avenida. 6 – Na sua visão, o que ainda precisa ser feito nos arredores do Sambão do Povo para o crescimento dos desfiles?Primeiro é considerar que a festa não acontece somente dentro do Sambódromo. O público que não entra é igual ou maior, e tem que ser garantida a estrutura mínima para aproveitarem a festa com conforto e segurança. Também tem que ser pensada modificações estruturais para a concentração e dispersão dos componentes e alegorias, considerando inclusive com a desapropriação/aquisição dos terrenos que hoje já são utilizados para a montagem do carnaval no dia dos desfiles.E pensar uma engenharia e organização para o retorno dos desfilantes alternativa ao corredor minúsculo ao lado dos camarotes. 7 – Como você enxerga as ações feitas pelas agremiações no decorrer do ano, que vão além dos desfiles de fevereiro.Carnaval é muito mais do que o desfile. Ter muito bom ver nossas comunidades aquilombadas, nossos jovens e crianças aprendendo e desenvolvendo nossa cultura aos lado das mais velhas e mais velhos, artistas criando suas poéticas e discursos visuais e rítmicos. Isto é a maior riqueza das Escolas de Samba.Ensaios, festas, paneladas, reuniões, projetos, ações comunitários, e a própria criação dos desfiles, são a perpetuação dos nossos saberes civilizatórios africanos aqui em Vitória. 8 – Como podemos pensar a cidade nos dias de carnaval oficial?Atualmente não existe nenhum planejamento prévio para o carnaval oficial em Vitória. Tudo é feito às pressas pela Prefeitura a partir da pressão dos foliões e toda sociedade.Eu participo ativamente da luta pelo carnaval, na resistência com o Bloco Afro Kizomba. O diálogo do poder público é horrível. E lamentavelmente assistimos cenas como a ação da polícia nos últimos carnavais no Centro de Vitória.É preciso criar um instrumento institucional para que o carnaval de rua e outras expressões do culturais da cidade estejam garantidos, acima da vontade política de quem está ocupando o cargo de Prefeito(a). 9 – Como aprimorar a distribuição de recursos de maneira que as escolas possam construir o Carnaval de março a fevereiro?Temos garantir na legislação municipal que os recursos públicos cheguem para as escolas em tempo hábil para a realização do carnaval.
“Comunidades com escolas de samba têm verdadeiras potências do ponto de vista social”, ressalta Camila Valadão

A série “Eleições 2024”, do Capixabices, será realizada com todos os candidatos a Prefeitura de Vitória. Neste segundo episódio, a convidada é Camila Valadão, do PSOL. Assista completo: